A religião babilônica

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Com a ascensão da supremacia da cidade da Babilônia, Marduque, o patrono da cidade, tornou-se a principal divindade do panteão babilônico. Uma festa de ano novo chamada de festa “akitu” era realizada anualmente em sua honra, na qual uma batalha simulada entre o rei e o dragão das profundezas era encenada repetidamente para comemorar a primitiva vitória de Marduque sobre o caos. O propósito da festa era anunciar o ano novo com um ritual para assegurar paz, a prospe­ridade e a felicidade por todo o ano.

Outras divindades adoradas pelos babilôni­os eram Anu, deus do céu; Enlil, deus do ven­to e da terra; Ea, deus do submundo – jun­tos, eles formavam uma tríade de divinda­des. Outra tríade importante era Sin, o deus sol de Ur, e Harã, os primeiros abrigos da família de Abraão; Samas, a divindade do sol; e Istar, deusa do amor e da guerra, equi­valente à Astarte dos fenícios, Astarote men­cionada da Bíblia, e Afrodite dos gregos. Ou­tras divindades significativas foram Nafau, o deus da escrita e Nergal (irmão de Mardu­que), o deus da guerra e da fome.

Os deuses da Babilónia eram, em sua origem, personificações das várias forças da nature­za. A religião babilônica era, dessa forma, uma adoração à natureza em todas as suas artes, prestando homenagem a seres super-humanos que eram ao mesmo tempo amigá­veis e hostis, com frequência representados por formas humanas, animais, ou híbridas. Nenhuma divindade era toda-poderosa nem mesmo as principais das várias tríades de divindades. Cada uma delas tinha uma pro­víncia sobre a qual governava. Na verdade, cada grande cidade possuía sua própria di­vindade à qual seus habitantes prestavam homenagens. As divindades eram criadas a partir de materiais existentes no mundo, e estavam sujeitas à ordem natural. Algumas divindades morriam como o homem. Os deu­ses que alcançavam alguma ascensão repre­sentavam as expressões babilônias do desejo que o homem tem de transcender o padrão a ordem natural. Abaixo das divindades es­tava o mundo dos demônios, que eram dota­ dos de várias qualidades e características, mas de influência limitada.

As divindades eram adoradas em vários tem­plos, muitas vezes em torres-templo. As tor­res-templo (zigurates) eram estruturas im­ponentes, erguendo-se em enormes níveis, um acima do outro, construídos quase que completamente com tijolos sólidos e acesso feito por meio de uma escadaria externa. Muitas dessas torres-templo tinham três ou quatro pavimentos de altura, com bases ex­tremamente largas. No topo da estrutura havia um relicário no qual ficava uma ima­gem da divindade à qual a torre-templo era dedicada. Alguns zigurates foram construí­dos de forma que os ângulos retos fossem orientados de acordo com os pontos carde­ais. Estas torres-tempios dominavam as ca­sas vizinhas e eram mais imponentes do que os palácios reais.

Para cada templo estava vinculado um sa­cerdócio treinado e altamente organizado dedicado à adoração ao seu deus e à preser­vação dos rituais e do conjunto de tradições. Os sacerdotes eram remunerados com as ofertas regulares e com a renda que vinha das terras do templo, as quais lhes eram doadas. O papel do sacerdócio na Babilônia era mais elevado do que aquele que era exer­cido na Assíria. A Babilônia era uma socie­dade teocrática, governada pela ordem sa­cerdotal que sancionava uma monarquia. Esta era subordinada à ordem religiosa, mas suficientemente poderosa para executar a lei que regulava a sociedade babilônica. Muitos trechos grandiosos de literatura vie­ram da Babilônia. Além do código de lei de Hamurabi, há histórias da Criação e do Di­lúvio encontradas em Nipur. E, em outras partes, lê-se a história da descida de Istar para o Hades.

A influência babilônica em assuntos parti­culares hebreus teve seu ponto mais eleva­ do durante o período do Exílio, Muitas famí­lias hebréias do cativeiro estiveram envolvi­ das em transações comerciais na região de Nipur, conforme declarado em tábuas ali encontradas, e o sistema monetário da Ba­bilônia influenciava o sistema monetário dos hebreus. É bastante provável que o movi­mento das sinagogas tenha se desenvolvido entre os hebreus no exílio Babilónico, e que o espírito do judaísmo, nascido nesse perío­do, tenha sido levado por Esdras, o escriba, da Babilônia para Jerusalém.

Durante os primeiros séculos cristãos, O talmude babilônico foi criado nas escolas hebréias dentro e ao redor de Nehardea, Pumbeditha e Sura. Estas escolas no final foram extintas, e o centro do judaísmo des­locou-se para a Palestina e para a Europa.

Estudos em Daniel

Profeta Daniel

Daniel (em hebraico: דָּנִיֵּאל Dāniyyēl; em grego: Δανιήλ Daniḗl), também chamado de Beltessazar (em acádio: 𒊩𒆪𒈗𒋀 Beltu-šar-uṣur). O nome Daniel significa “Aquele que é julgado

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