Mencionada, juntamente com o país da Babilônia, mais de duzentas vezes na Bíblia, a cidade da Babilônia desempenhou um importante papel na vida dos hebreus. Abraão trouxe consigo, em sua peregrinação, proveniente dessa área: a língua, a cultura e a fé, que deixaram certa influência sobre o estilo de vida dos hebreus. Babilônia, juntamente com a Assíria, constantemente influenciavam o desenvolvimento da nação hebraica. E ela serviu como um segundo Egito, em influência, sobre a vida e o pensamento hebraico através do forçado Exílio Babilónico que se seguiu à queda de Jerusalém e ao colapso do estado de Judá. Merodaque-Baladã, governador da Babilônia no século VIII a.C., trocava correspondências com Ezequias, rei de Judá (2 Rs 20.12-19; Is 39,1-8); e Daniel e seus três companheiros hebreus foram prisioneiros dos babilônios na capital (Dn 1-5).
Os textos em Isaías 13-14; 21.1-10 e Jeremias 50-51 falam da queda que Babilônia sofreria. Eles a descrevem como um evento impressionante pela extensão de seu impacto sobre as nações civilizadas. Ela se tornaria um amontoado de ruínas, uma nação devastada. Segundo antigos registros mesopotâmicos, primeiro Senaqueribe sitiou a cidade e a inundou através de canais para se vingar de sua insurreição. Ciro o Grande, Dario Histaspe, Xerxes (que infligiu penalidades à cidade por suas rebeliões, destruindo palácios, templos e muros em aprox. 480 a.C.), e finalmente Alexandre o Grande, conquistaram a cidade. Alexandre planejou restaurar a cidade e fazer dela a capital de seu império, mas este plano não foi realizado por causa da sua morte precoce. Então, em 312 a.C., Seleuco Nicátor fundou e fortaleceu a Selêucia, situada à frente do Tigre, próxima à cidade da Babilônia, e transferiu a sede do império para esta cidade. A partir daí, a cidade de Babilônia declinou rapidamente e nunca mais recuperou a condição de cidade.
No início da era cristã, apenas um pequeno grupo de astrônomos e matemáticos estava vivendo na cidade. Muitas das cidades na vizinhança, como Hilla, usaram os tijolos secos ao sol e os secos ao forno da outrora grande cidade para construir novos muros, casas e repre sas, exatamente como havia sido profetiza do (Is 13.19-22; Jr 50.23-26; 51.24-26). Deste modo, a cidade da Babilônia serviu apenas para a construção das novas cidades. Consequentemente, é provável que as referências do NT à Babilônia em Apocalipse 14.8; 16.19; 17.18 refiram-se à cidade de Roma. Tertuliano, Jerônimo e Agostinho compreenderam muito bem estas referências. Uma teoria menos provável é que a referência à Babilónia em 1 Pedro 5.13 tinha em vista um lugar no Egito, hoje localizado no Cairo Antigo.