O Livro de Daniel

O livro de Daniel ocupa um lugar único no AT, ele introduz predições maravilhosas so­bre a vinda do Messias e do Reino de Deus. Na Bíblia Sagrada (tanto em português quan­to em inglês), ele se encontra entre os maio­res profetas depois de Ezequiel; na Bíblia hebraica, ele se encontra entre os Escritos, a terceira divisão do cânon judeu.

Na Bíblia hebraica, as passagens em hebraico de Daniel 1.1-2.4a e 8.1-12.13 revelam o significativo papel de Israel nos desenvolvimentos inter­nacionais; a passagem em aramaico de Daniel 2.4b – 7.28 indica a ordem de sucessão, o ca­ráter e o destino das nações pagãs.

O livro de Daniel

Esboço do Livro

I. A história de Daniel, capítulos 1 – 6
A. A juventude e a educação de Daniel, capítulo 1
B. A imagem do sonho de Nabucodonosor, capítulo 2
C. Fidelidade dos companheiros de Daniel, capítulo 3
D. A árvore do sonho de Nabucodonosor, capítulo 4
E. A festa de Belsazar, capítulo 5
F. Daniel na cova dos leões, capítulo 6

Data e Autoria

Desde a antiguidade a tradiçãojudaico-cristã tem declarado que Daniel escreveu esse livro durante o exílio no século 6 a.C. O fato de os homens da Grande Sinagoga terem escrito o livro de Daniel durante o período de Esdras e Neemias, de acordo com o Talmude, significa apenas que eles o copia­ram. O livro pretende revelar uma historia séria e afirma que Daniel pronunciou as pro fecias ali contidas. Jesus referiu-se à “abo­minação da desolação, de que falou o profe­ta Daniel” em Mateus 24.15.

Até o momento, a opinião tradicional tem sido seriamente questionada. Porfírio, um filósofo platônico do século III depois de Cris­to, afirma que o livro foi escrito no século II a.C. Muitos estudiosos modernos consideram que um escriba piedoso usou a figura de Daniel (o uso de pseudónimos era um costu­me antigo), para estimular lealdade a Deus e manter o entusiasmo pela causa nacional durante a revolta dos macabeus de 167-164 contra o governante selêucida Antíoco Epifânio. Segundo essa opinião, o livro de Daniel consiste de historias espúrias sobre Daniel na corte Babilônica durante o período do Exílio e as visões atribuídas a ele, que atravessam a história de Israel desde esse período até o período do próprio escritor, es­tão concentradas nos anos da perseguição, e sua consumação no reino de Deus.

Apesar dessa prevalecente opinião crítica contra conferir ao livro a data do século VI, uma gradual inclinação tem sido registra­ da em direção a uma data anterior. A des­coberta do nome de Belsazar (q.v.) nas tá­buas de argila da Babilônia, e a provável identificação feita por Whitcomb em rela­ção a Dario, o medo (q.v.) como sendo Gubaru (em grego, Gobryas), foram muito longe para reivindicar a precisão histórica desse Livro para o século VI. Supostos problemas linguísticos e exegéticos têm sido mais que adequadamente respondidos por estudiosos conservadores (SOTI, pp. 368ss.). Fragmen­tos de Qumran do livro de Daniel (150 a.C.) também estão exercendo forte pressão para localizar a data de sua autoria dentro de uma opinião conservadora.

Interpretações

Podemos observar três principais interpretações competindo entre si.

1. A primeira opinião diz que o livro foi es­crito para encorajar os judeus a conspirar contra as perseguições de Antíoco Epifânio. Ela trata da historia anterior a 164 a.C. O quarto reinado que aparece nos capítulos 2 e 7 é principalmente grego, com principal referência a Antíoco como “o pequeno chifre” de 7.8 que é um paralelo a 8.9. O ungido que foi morto (9.26) provavelmente se refere ao assassinato do sumo sacerdote Onias III, em aprox. 170 a.C. (2 Macabeus 4.33-38). Aquele que causa desolação em 9.27 é Antíoco, e a abominação desoladora refere-se à sua profanação do altar em Jerusalém em 167 a.C., na metade da septuagésima semana de Daniel (capítulo 9). Os sacrifícios haviam cessado, mas foram reinstituídos em 164 a.C., no final da septuagésima semana. A promessa do capítulo 12 é que Deus irá vin­dicar os fieis e ressuscitar os mártires den­tre os mortos para gozar as bênçãos de um reino eterno,

2. A segunda interpretação entende que a morte de Cristo aconteceu no meio da septuagésima semana, em um momento em que os sacrifícios judeus haviam cessado e pre­valecia um pacto com a maioria. Consequentemente, depois da morte do Messias, o desolador aparece sobre o templo que, tendo agora se convertido em uma abominação, é destruído. O quarto reino dos capítulos 2 e 7 é Roma; os dez chifres são os dez primeiros imperadores romanos; o “pequeno chifre” é Tito Vespasiano que destruiu Jerusalém no ano 70 d.C. A ênfase dessa interpretação está no Messias que, ao ser morto, trouxe a eter­na justiça e fez a reconciliação devido à ini­quidade do povo.

3. A terceira interpretação diz que a septuagésima semana de Daniel ainda pertence ao futuro. A atual era da igreja estava escondi­da dos profetas do AT, mas pode ser consi­derada como um “parêntesis”. A profecia de que “será tirado o Messias” ou “será morto o Ungido” (9.26) olha para a morte de Cristo como o final da sexagésima nona semana. Israel receberá o perdão por não ter reconhe­cido o seu Messias quando “terminarem os tempos dos gentios”, e o Filho do Homem aparecerá uma segunda vez. A segunda me­tade da septuagésima semana é idêntica à Grande Tribulação de Mateus 24.15-28. O quarto reino de Daniel 2 e 7 é Roma. O “pequeno chifre” é o Anticristo, o grande líder do renascido Império Romano que irá apa­recer ao final da era, no meio da septuagési­ma semana. Ao final da septuagésima sema­na começará o reino do milênio.

Conheça o Profeta Daniel

Estudos em Daniel

Profeta Daniel

Daniel (em hebraico: דָּנִיֵּאל Dāniyyēl; em grego: Δανιήλ Daniḗl), também chamado de Beltessazar (em acádio: 𒊩𒆪𒈗𒋀 Beltu-šar-uṣur). O nome Daniel significa “Aquele que é julgado

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